quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bão dimais sô!

Dica rapidinha mas super especial. Estou maiooorrrrr viciada num cd que comprei esses dias. Não sai do som do meu carro e já passei para meu ipod e iphone para não correr o risco de não ouvir o tempo todo hahahahahaha

Minha paisagem preferida:
o verde, a natureza, o intocável!
Quem me conhece e acompanha o blog, sabe de minha paixão pelo campo. Gosto do cheiro do mato, do som dos riachos, do barulho dos animais no pasto. Gosto de acordar com os mugidos do gado, o relinchar dos cavalos e o canto dos passarinhos. Gosto de pisar no barro, nadar no lago e descansar sob a sombra fresca da árvore. Gosto de esperar o tempo passar calmamente, sem pressa para depois subir em alguma árvore frutífera e me deliciar com frutas frescas. Adoro passar horas cavalgando por terras verdes de pasto. Sou assim, sou do campo apesar de ser da praia. Minha alma é caipira, é do mato. Meu coração bate forte pelo clima rural e minha trilha sonora é caipira. Adoro o sabor ímpar de uma boa cachaça e o valor que tem um simples pão na chapa e café com leite no fim da tarde.


Recife , terra linda onde habitam
minhas memórias!
 Nasci na praia, me criei com pé na areia, mas é na terra do campo que me sinto em casa. Claro que adoro praia, tá no sangue, tá na minha história, mas quer saber? Mesmo musicalmente falando, a raiz palpita mais forte na minha veia. Lembro de dizer quando pequena que a vida ideial para mim seria casar com uma pessoa do interior, apaixonada por animais e que amasse o campo tanto quanto eu. Passar o resto dos meus dias rodeada por animais, seja numa fazenda, seja num haras. Cavalos são uma paixão.
Não tive uma infância rural. Ela foi bem litorânea. Sou de Recife com orgulho. Passei anos pisando na areia e dando bom dia para o mar nas primeiras horas da manhã. Adoraaava pegar a estrada para Toquinho onde passei os melhores momentos da minha vida..inesquecível em mim. Acho que eu sou Toquinho e Toquinho estará em mim para sempre. Mas nunca esqueci a alegria de entrar no carro e seguir para Gravatá quando o inverno mandava seus primeiros ventos frios (ok, 19° não é frio, mas para nós pernambucanos já é motivo de vestir moletom e tomar chocolate quente), o mais próximo do campo que cheguei nos meus tempos de pernambuquices. Adentrar a casa simples dos meus avós,  porém cheia de charme e alegria e com tijolinhos aparente era quase um suspiro de alegria sem fim!

Gravatá - o começo da descoberta de uma grande paixão,
minha essência. Eu virando gente...
Tudo lá era diferente, o clima era diferente, os sabores eram diferentes e o olfato também mudava. Até o Toddynho e o bolo de 'macaxeira' (mandioca) tinham um sabor diferente, especial. Sentar na varanda com minha família, ver a casa cheia, subir na goiabeira e desgustar o fruto fresco. Fazer fogueira no São João e comer minlho assado na brasa do fogo que ardia até chegar a madrugada...como esquecer os passeios a cavalo adentrando a Chácara Suíça, passando pela Alpina e às vezes indo até mais além de tão prazeiroso que era o passeio. Eram pangarés sim, nada de Manga Larga Machador, mas para mim, os cavalos eram a estrelas daqueles momentos. Adorava fica na varanda de casa vendo eles pastarem calmamente enquanto sacudiam sua crina.
Gravatá tem cheiro de infância e o toque da essência em mim. Foi lá que despertou minha paixão pelo campo, pelo mato. Fim de tarde ir até o centrinho da cidade comprar pão fresquinho e queijo manteiga era o máximo da satisfação. A cartola do clube do condomínio que ficava ao lado de casa enchia meus olhos ( e barriga rs) e nada melhor do que depois comê-la, jogar sinuca hahahahahaha. Carnaval no clube (esqueci o nome do clube, ups) era tudo. A inôcencia ainda preenchia aquele enorme salão e crianças dividiam alegremente a festa com jovens e adultos. O Beijo Gelado virou o point na minha adolescência e lá naquele lugar simples de tudo ri muito e também chorei o flagrante de uma decepção. Eu estava crescendo...

Anos depois passei a ir para o sítio de uma amiga muito querida (né Fredinha??? Junto com uma turma boa!) lá perto de Gravatá e nossa, como era gostoso! Ficávamos acordadas até de manhã para vermos o sol nascer naquela paisagem feita por Deus e livre da ganância do homem e quando o Sol parecia começar a arder, corríamos para tomar leite fresco de vaca com pão na chapa. Depois de um cochilo gostoso, acordávamos com as botas nos pés para ir montar. Passávamos a tarde inteira a galopes e comendo frutas direto das árvores (jambo era minha preferida) e encerrávamos nossas aventuras com banhos de piscina e brincadeiras de 'gato mia' no quarto escuro. Tempos felizes que ainda existem...em mim!

Bom, contei tudo isso porque como litorânea, a paixão por tudo que envolva terra e raiz talvez cause estranhamento. Esse gosto está nas músicas que ouço, artistas que admiro, no brilho dos meus olhos quando passo por uma paisagem verde e montanhosa e nos meus sonhos em ter uma casinha barnca no alto de uma montanha, cercada por verde e muitos animais...

Outro dia navegando pela net, cheguei até o cd "Sou um Zé da Silva e Outros Tantos" de uma pessoa que admiro muito que é o Pe. Fábio de Melo (já dediquei um post a ele falando de minha admiriação e a importância de seu ministério em minha vida - post Filho do Céu). Fiquei surpresa ao ver um cd inteiramente raiz, caipira mesmo gravado por um padre. Canções de Renato Teixeira e Almir Sater misturam-se às suas composições igualmente extraordinárias e sensíveis mostrando uma história de pé no chão..
Acredito que as pessoas que vivem ou viveram no campo têm uma sensibilidade maior para falar das coisas da vida escondidas em pequenos gestos. Sentimentos que chegam com a brisa do fim da tarde. Notas musicais inspiradas pelo som das folhas das árvores. O som do riacho inspirando o amor...acho tudo isso incrível. Meu berço não é caipira (apesar do meu avó materno ter tido fazenda, mas não cheguei a conhecê-la). Na calçada da minha rua ouvía-se frevo e não Romaria. O artista era o gênio Alceu Valença e não o mestre Renato Teixeira, mas quer saber? A graça de se tornar gente é aos poucos ir descobrindo quem você realmente é, independente de onde ter soado seu primeiro choro. Meu sangue é pernambucanamente cubano ou cubanamente pernambucano, não sei, , mas minha essência tem cheiro de mato verde. É com o pé sujo e capim no cabelo que sou feliz e essa é a trilha sonora da minha vida.

"Sou um Zé da Silva e Outros Tanto" reúne o que mais gosto da música caipira e surpreendeu-me com as duas composições do Pe. Fábio, provando que ele é úm home do campo, de passado simples porém rico de simplicidade ainda presente em sua essência. O cheiro do mato corre em suas veias e o reflexo do sol está presente no brilho de seu olhar, independente de onde ele esteja.

Indico esse cd para quem curte uma boa música caipira ao som de uma voz que acalma e traz paz. Uma voz grossa, porém suave, que canta com amor e respeito à sua história e sua essência.

Até a próxima!

xoxo

3 comentários:

  1. Amei irmãzinhaaaa!!! Tb acho que estou me tornando uma caipira de carteirinhaaa... Kkkkkkkkkkkkkk!!!!!
    Bão demaisss da conta sô!!!!
    Bjs!

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  2. Carolina, cheguei a me emocionar com tudo isso. Até porque lembrei de Dudu e Mari peqquenos tbm curtindo Gravatá.Saudaes daquele tempo. De vc, Daniel, Carol e Emília e a querida d. Virgínia, minha confidente. Bjs . amo seu Blog.

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  3. CAROLS... COMO NÃO VIBRAR COM SEUS RELATOS.... ! SENTIR A EMOÇÃO E VOLTAR UM POUCO NO TEMPO.... SAUDADES MY FRIEND...!

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